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Os Cavaleiros medievais

Sempre que estudamos história temos que fazer o exercício de nos “transportarmos” mentalmente para a época, procurando entender o modo que as pessoas do período viam o mundo e viviam suas vidas.

Tal exercício também é indispensável quando estudamos a Idade Média, período mais ou menos mil anos distante do nosso. Essa época foi marcada pelos valores cristãos, tendo em vista que a Igreja foi a guardiã do conhecimento, concentrando o conhecimento desde o período romano, e dessa forma influenciou todas as áreas da sociedade.

Podemos perceber isso, por exemplo, na constituição de um importante personagem medieval: o cavaleiro. Quem era essa pessoa? Quais suas funções e virtudes?

Teoricamente qualquer pessoa poderia se tornar cavaleiro, bastando que um rei ou outro senhor feudal o sagrasse em recompensa por serviços prestados ou um grande feito. No entanto, na prática, a pessoa deveria ter recursos suficientes para manter seus cavalos, armas e outros equipamentos.

A cavalaria era uma função quase sagrada, a própria investidura na função era uma solenidade com ritual próprio, repleta de símbolos e significados, com forte conteúdo religioso, como podemos ver no texto de um frei franciscano do período medieval Raimundo Lúllio:

Do modo como o escudeiro deve receber a cavalaria
Primeiramente o escudeiro, antes de entrar na Ordem da Cavalaria, deve confessar-se das faltas que cometeu contra Deus.
Deve o Escudeiro jejuar n noite antecedente ao dia em que há de ser armado, deve ira à Igreja velar, estar em oração e ouvir as palavras de Deus e da Ordem da cavalaria.
Deve o Escudeiro ajoelhar-se ante o altar e levantar a Deus os seus olhos e as suas mãos. E então o cavaleiro lhe cingirá a espada, o que significa a castidade e a justiça. Deve dar-lhe uma bofetada para que se lembre do que promete, do grande cargo a que se obriga e da grande honra que recebe pela Ordem da cavalaria.

Na figura do cavaleiro confundiam-se valores e características sociais, morais e religiosas. Entre suas funções misturavam-se ações desde correr a cavalo, participar de torneios, caçar, até proteger as donzelas e desfavorecidos, precisando para isso ter virtudes como a humildade, justiça, lealdade e caridade.

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