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Mostrando postagens de 2017

Principais contribuições de Herbart à Pedagogia

Esse autor, considerado um dos grandes teóricos da Escola Tradicional, e fundador da pedagogia como uma disciplina acadêmica, foi um dos primeiros a criar uma sistematização pedagógica, sendo considerado o criador da Ciência da Educação. Pode ser tributado a ele, ainda a utilização da psicologia experimental aplicada à pedagogia. Segundo Herbart a vida psíquica é constituída essencialmente pelo jogo das representações, que são somente modificações dos sentimentos e dos desejos. A educação é a virtude que consiste na harmonia entre a vontade e as ideias éticas. A esse fim está subordinado o ensino, o qual influi as representações e, com elas inclui toda a vida psíquica. O ensino é sempre educativo. Esse autor foi um dos percursores da Ciência da Educação por entender que a pedagogia deveria articular-se como um sistema de conhecimento próprio, com o auxílio de outras áreas do conhecimento Herbart propôs que a pedagogia se caracterizasse não apenas como arte, mas como ciência da e

A construção da educação moderna

A Educação foi formada historicamente como uma ciência, construída através dos anos, por meio de escritos, debates e discussões, com a contribuição de diversos pensadores. Cada período trazia consigo uma nova questão a ser debatida, um novo problema e consequentemente uma nova proposta para a educação dos homens. A própria ideia de escola, que nos parece tão enraizada e rígida, como se sempre existisse e estivesse presente na história, foi construída e modificada. Dominique Julia, em seu “clássico” texto sobre cultura escolar (2001), se propõe a refletir sobre esse conceito a partir de um determinado recorte temporal, séculos XVI e XIX, justificando: “Esses três elementos, espaço escolar específico, cursos graduados em níveis e corpo profissional específico, são essenciais à constituição de uma cultura escolar e justificam, portanto, a restrição cronológica que me impus” (JULIA, p. 15) Tais elementos, conforme explicitados pelo próprio autor, são os constitutivos de uma cultur

HERBART E A PEDAGOGIA TRADICIONAL

Johann F. Herbart nasceu na Alemanha, na cidade de Oldenburgo em 1776 e faleceu em 1841. Iniciou sua carreira como preceptor de três jovens (8,10 e 14 anos) na Suíça (1797-1802) e depois lecionou Filosofia em Goetingen (1802-1809 e de 1833-1841)) e Konigsberg (1809-1833.) Sua estadia na Suiça tornou possível o contato com Pestalozzi [1] , que influenciou sua sistematização de ensino. Suas principais obras pedagógicas foram: Relatórios de um Preceptor, Pedagogia Geral deduzida do fim da Educação(1804), Esboço para um curso de Pedagogia, Lições Preliminares sobre Pedagogia e Ideias de Pestalozzi em um ABC da Instrução(1802). No século XIX houve uma grande urbanização na Europa, com o desenvolvimento das grandes cidades e a industrialização (Revolução Industrial). Esse período é marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores, especialmente o objetivismo e a razão. Nesse período a escola ganhou uma função moralizante. Suas ideias foram difundidas no Brasil por Rui Barbosa,

Religião e nação na Europa no século XIX: algumas notas comparativas Heinz-Gerhard Haupt

1.  Biografia Heinz-Gerhard Haupt nasceu 1943.  É professor de História Social na  Universidade de Bielefeld  , mas até 30 agosto de 2011 esteve no Instituto Universitário Europeu em Florença .  Ele dirige projetos de investigação do Centro de Pesquisa Colaborativa "A política como espaço de comunicação na História".   Sua pesquisa se ​​concentra sobre a história da e as relações entre nacionalismo e religião na Europa, a história do século 19 e 20 Europeu, e sobre a história da violência política na Europa desde 1800.  2. Idéias principais Mostrar que a “nacionalização da religião” e “sacralização da nação” com base na reinterpretação de figuras bíblicas e mártires seculares não são fenômenos distintos e por isso devem ser analisados separadamente. Pelo contrário, devem ser entendidos como fatores complementares do mesmo processo de construção da nação no ceio das relações entre religião e nacionalismo; 3. Estrutura do texto 1. O texto parte da afirm

Comunidade política imaginada - limitada e soberana

Benedict Anderson, ao estudar a questão da nação, a define como uma comunidade política imaginada, que é ao mesmo tempo limitada e soberana. Para ele a nação é imaginada, pois é constituída a partir da idéia de que há algo que une diferentes indivíduos sob desejos, aspirações ou sentimentos comuns, e estes indivíduos tem essa idéia de unidade, de pertencimento, mesmo que nunca encontrem os demais membros de sua nação. Não se pode imaginar todo o mundo, ou toda a humanidade, como membros da mesma nação.  Diante disso, essa comunidade imaginada não pode ser ilimitada. Ela deve ter fronteiras físicas, delimitações pré-definidas. Tais limitações ao mesmo tempo que identificam seus nacionais, e estes entre si, e também apontam outros como diferentes e por isso como membros de nações diversas. Diz-se que a nação é soberana, pois seus interesses devem se sobrepor aos interesses de nações diferentes. A autonomia de uma nação frente as demais é que garante sua liberdade, sua individualid

Por uma história comparada das sociedades européias - Marc Bloch

Pour une histoire comparée des sociétés européennes Marc Bloch 1. Contexto da época Pós-primeira guerra e descrédito da história no nacionalismo; Problemas e novos espaços geográficos  “A emergência da “História Comparada”, proposta como abordagem por Marc Bloch nos anos 1920, acompanha a decepção de certos setores da intelectualidade européia frente aos nacionalismos exacerbados que haviam levado o mundo à Primeira Grande Guerra: romper as amarras das histórias nacionais, voltadas para o estudo de um único país, parece ter se mostrado ao historiador francês como um caminho que poderia ser experimentado por aquele novo ‘campo histórico’ que pretendia comparar dois recortes historiográficos distintos, duas sociedades, duas realidades em iluminação recíproca” José D’Assunção Barros 2. Sobre Marc Bloch Estudou na Escola Normal Superior, pequena escola superior separada da Universidade de Paris, mas altamente qualificada, onde os estudantes eram internos e a discipli