Hoje é dia de São José de Anchieta e eu gostaria de aproveitar a ocasião para fazer
algumas reflexões.
Santo Inácio de Loyola criou a Companhia de Jesus, no
contexto do século XVI, para ser um exército a serviço da Igreja e da salvação
das almas. Diante disso, foi um instrumento na expansão do cristianismo nas
terras do Oriente e do Ocidente, com inúmeros exemplos de missionários e santos.
Como estratégia os jesuítas utilizavam de colégios nos quais
buscavam desenvolver as capacidades intelectuais e espirituais de seus alunos seguindo as orientações da Ratio Studiorom.
Essa era a norma e método pedagógico formado a partir de
décadas de experiências práticas de ensino nesses colégios. Era uma educação
fortemente humanística que visava a formação do ser humano na sua
integralidade.
Anchieta vem para o Brasil com essa missão educacional: formar
colonos e indígenas, educá-los nas conquistas civilizacionais do ocidente e
ainda levá-los o conforto da religião, salvando suas almas, como era de se
esperar naquele contexto.
No seu trabalho se encantou com o encontro do outro, respeitando
sua cultura, o que se mostra por suas ações e escritos. Criou a primeira
gramática de línguas brasileiras o que contribuiu para a transmissão da Língua
Geral do Brasil. Esta foi a língua falada pelo povo até a proibição pelo
Marquês de Pombal no século XVIII. Escreveu ainda peças adaptando o teatro
humanista a aspectos da cultura indígena, nas quais se utilizavam línguas nacionais
e o português.
Não é possível ler esse personagem, suas ações e escritos
somente sob o olhar do colonizador ou religioso, mas faz-se necessário
compreendê-lo para compreender-se enquanto brasileiro.
A imagem é o retrato de Anchieta, obra do pintor Benedito Calixto.
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