Pour une histoire comparée des sociétés européennes
Marc Bloch
1. Contexto da época
Pós-primeira guerra e descrédito
da história no nacionalismo;
Problemas e novos espaços
geográficos
“A
emergência da “História Comparada”, proposta como abordagem por Marc Bloch nos
anos 1920, acompanha a decepção de certos setores da intelectualidade européia
frente aos nacionalismos exacerbados que haviam levado o mundo à Primeira
Grande Guerra: romper as amarras das histórias nacionais, voltadas para o
estudo de um único país, parece ter se mostrado ao historiador francês como um
caminho que poderia ser experimentado por aquele novo ‘campo histórico’ que
pretendia comparar dois recortes historiográficos distintos, duas sociedades,
duas realidades em iluminação recíproca” José D’Assunção Barros
2. Sobre Marc Bloch
Estudou na
Escola Normal Superior, pequena escola superior separada da Universidade de
Paris, mas altamente qualificada, onde os estudantes eram internos e a
disciplina era rígida. O ensino era ministrado por meio de seminários dirigidos
pelo professores e por aulas expositivas. Entre os professores estavam o
geógrafo Paul Vidal de la Blanche, o filósofo Lucien Lévy-Bruhl, o historiador
da arte Émile Mâle, o lingusita Antoine Meillet, mas seu maior influenciador
foi seu dúvida o sociólogo Émile Durkheim. Seu pai, Gustavo Bloch, ensinava
História Antiga nessa Escola.
Como Lucien
Febvre, seu contemporâneo, co-fundador e co-editor na revista francesa Annales d`histoire économique et sociale,
criada em 1928 (primeiro número lançado em janeiro de 1929), interessava-se
pela geografia histórica, embora seu compromisso maior tenha sido com a
sociologia. Pensava de maneira interdisciplinar e no tema dentro da perspectiva
de uma história problema. Aprofundou sobre e pôs em questão a noção de região,
argumentado que a definição da mesma dependia do problema que se tinha em
mente.
Em 1920 foi
nomeado professor da Universidade de Estrasburgo (juntamente com Febvre, onde
atuaram juntos até 1933). Lá conviveu com o sociólogo Maurice Halbwachs e o
historiador Georges Lefebvre, por exemplo. Bloch e Febvre estão à frente da
chamada primeira geração da Escola dos
Annales, escola historiográfica formada em torno da revista que fundaram em
1929.
Em 1924 publicou
Os reis taumaturgos, cujo tema foi a crença no poder curativo dos reis por meio
do toque real. Pesquisou essa crença da França a na Inglaterra desde a Idade
Média até o século XVIII. Bloch considerava seu trabalho como uma contribuição
à história política da Europa uma vez que, segundo ele mesmo, analisou a
própria idéia de monarquia.
Esse estudo
trouxe pelo menos três grandes contribuições para a nova historiagrafia que
surgia: 1) limitação histórica não convencional (estabelecido pelo problema);
2) tema ligado à psicologia e à crença religiosa (tema na época ligado à
psicologia e à antropologia; 3) uso do método comparativo (Comparou o toque
real na Inglaterra e na França, os únicos dois países onde o toque real era
praticado e se podia ver diferenças entre eles nessa prática). Este último
aspecto foi melhor desenvolvido em artigo publicado em 1928.
Outra obra
importante de Bloch, na qual também empregou o método comparativo, foi seu
trabalho sobre a população rural durante a Idade Média na região da
Île-de-France.
Marc Bloch nasceu
em 06 de julho de 1886. Foi convocado pelo exército francês para lutar na
Primeira Guerra Mundial na qual foi ferido e chegou a receber uma condecoração
militar. Morreu no final de Segunda Guerra Mundial fuzilado pelos nazistas no
dia 16 de junho de 1944, pouco antes da retirada das tropas nazistas da França.
Foi durante a prisão, pouco antes de ser morto, que produziu seus últimos
escritos publicados posteriormente por Lucien Febvre sob o título de “Apologia
da História ou o ofício de historiador”.
3. Contexto de produção do texto
A origem do
texto foi uma conferência desenvolvida por Marc Bloch no VI° Congresso
Internacional de Ciências Históricas realizado em Oslo, capital da Noruega, em
1928. Posteriormente foi transformado em artigo e publicado na de Revista de síntese
histórica (Revue de synthèse historique), revista fundada em 1900, pelo Henry Berr, para combater a
compartimentação entre as disciplinas e fomentar a interdisciplinaridade
principalmente entre filósofos, historiadores, geógrafos e sociólogos. Ainda
hoje é publicada sob o título de Revista de síntese (Revue de
synthèse) pela editora Springer
Verlag de Paris, França.
4. Idéias principais
Bloch
estudou determinadas áreas geográficas onde buscva as origens e características
da estrutura de certos fenômenos (sistemas agrários).
Buscava
relacionar história regional e local para perceber as analogias e diferenças
entre as sociedades no tempo e no espaço,
A
função da história comparada não seria determinar estágios evolutivos das
sociedades (Como na sociologia de então) mas perceber as diferenças e enalogias
estruturais e as especificidades das sociedades analisadas.
A
maior preocupação percebida foi o estabelecimento de um método de comparação:
comparar fenômenos que se pareçam e que ocorram em locais distintos elencando
as diferenças e semelhanças, procurando explicar um processo histórico. Que
diferenças e semelhanças seriam essas? Diferenças e semelhanças entre os fatos,
diferenças entre os locais e meio, evolução no tempo, percepção das
continuidades, busca de influencia entre uma sociedade e outra, causas ou
sentidos dessas causalidades.
Esse
método vai apresentar duas possibilidades: Comparar as sociedades distantes no
tempo e no espaço, ou por outro lado, as sociedades vizinhas no tempo e no
espaço. Nas sociedades distantes buscar-se-ia as analogias, pela falta de
influencias entre si.
5. Estrutura do texto
Capítulo I - Diz que não está
crianda nenhuma novidades, já que o método comparativo já é utilizado, mas sua
preocupação é com um método comparativo, tendo em vista a importância desta
ferramenta para a história.
Capítulo II- Fala que o
método de comparação é comum a todos os aspectos
do método. Mas, de acordo com o âmbito de estudos
planejado, é susceptível de duas diferentes aplicações:
pelos seus princípios e os seus resultados.
Também explica
seu método:
Podem ser
analisadas as sociedade próximas ou as separadas no tempo e no espaço.
No primeiro
caso, escolhemos sociedades separadas no tempo e no espaço.
Procura-se por analogias, o que foi observado em ambos os
lados, entre um dado fenômeno, e o que não pode ser
explicado, de qualquer forma, nem explicou por influências
mútuas nem por qualquer comunidade de origem.
No outro caso faz-se o
estudo das sociedades tanto vizinhas quanto
contemporâneas, constantemente influenciados umas pelas outras.
Capítulo III - Fala
que o método comparativo está na origem da interpretação dos fenômenos. Isto
porque a história é feita por meio da interpretação dos documentos e
monumentos, e é pela comparação que o historiador vai questionar os documentos.
Usa como exemplo
de comparação o caso dos enclousures,
instituição agrária que se pensava que existisse somente na França, mas que
também existiu na Inglaterra. Apesar das diferenças entre ambas só foi possível
perceber a permanência de ambas através do contrate do método comparativo.
Capítulo IV - Com o processo da
comparação pode-se chegar às influencias entre os grupos estudados entre si.
Bloch usa como exemplo das dinastias merovíngias e carolíngias P.22
Capítulo V - O método comparativo é capaz de sinalizar à
história as verdadeiras causas de determinados acontecimentos, e também desviar
algumas pistas mortas.
Bloch vai
usar como exemplo a questão dos Estados provinciais. Pode-se olhar para essa
questão de duas maneiras: uma é analisa-la como desenvolvimento e outra e ver
os novos significados que tomou em determinados momentos na formação dos
Estados.
A comparação
global pode ser realizada na busca de comparações locais, mas pode apontar aqueles
fatos que tiveram apenas acção geral. P. 26
Capítulo VII – Fala sobre
aplicações do método comparativo e como ele pode ser utilizados, ou não, em
estudos de diversas áreas. São citados exemplos bem e mal sucedidos de
aplicação da comparação e chama-se atenção para o equívoco de submeter
acontecimentos ou problemas do passado á critérios contemporâneos, como, por
exemplo, as atuais fronteiras político-administrativas dos estados nacionais.
Capítulos VIII – Fala um pouco
sobre o uso ainda incipiente o método comparativo em história e como ele
poderia ajudar a conhecer questões pouco exploradas na história européia.
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