FORMATURA DO 9º ANO – COLÉGIO PITECO 2012
DISCURSO DO PARANINFO
Prezados colegas de mesa, colegas professores, pais, familiares e amigos. Meus queridos afilhados, boa noite!
Antes de começar, gostaria de agradecer aos formandos do nono ano o convite para ser paraninfo da turma. Foi com muita surpresa, e alegria do mesmo tamanho, que recebi o convite de vocês.
Bom, esta é a primeira vez que escrevo um discurso de paraninfo, e como erra é humano, eu peço desculpa antecipadamente por qualquer gafe que eu possa cometer, prometendo ser breve para não estragar este evento, tão importante na vida de vocês.
Eu fiquei um bom tempo pensando no tema a tratar, tendo em vista a função do paraninfo. Bom, paraninfo vem do grego, e significa padrinho. A ele cabe a última lição como professor, e o primeiro conselho, como amigo.
Como amante do estudo e da leitura que sou, (tendo me formado em dois cursos universitários e agora cursando o mestrado) fui procurar autores e acadêmicos, historiadores e pensadores, que pudessem me auxiliar a transmitir a mensagem que eu gostaria de passar a vocês.
Entre tantos, escolhi um filólogo, doutor em linguística e professor pela Universidade de Oxford na Inglaterra: John Ronald Reuel Tolkien, ou: o cara que escreveu o “Senhor dos Anéis”.
Seus livros, além do entretenimento, nos passam mensagens e lições que podem nos servir hoje.
Um Hobbit, Frodo Bolseiro, a criatura mais insignificante da “Terra Média” é a portadora da missão mais importante: destruir o “Um anel”, objeto de extremo poder, cuja destruição é crucial para o Universo do livro.
No livro, que trata de um universo de guerreiros, elfos, magos poderosos, anões, criaturas fantásticas, o escolhido para essa tarefa é o frágil Hobbit.
No entanto, o frágil hobbit, com a ajuda de seus companheiros, inspirado na importância de seu objetivo, de sua missão para o mundo, e ancorado na amizade e nos seus companheiros, especialmente Sam consegue atingir seu objetivo, ainda que não como planejava.
Em outro momento Frodo e Sam estão na toca da aranha, e então o Sam diz que quando escutava histórias de heróis na sua infância ele não tinha percebido que essas pessoas tiveram muitas chances de desistir, de voltar atrás, de não cumprir sua missão, só que não desistiram, porque estavam agarrados em alguma coisa. Frodo pergunta: e nós Sam, no que estamos agarrados? Sam responde: ao fato de que existe o Bem no mundo, e que vale a pena lutar por ele.
Ao iniciarmos uma nova fase da vida, o risco de nos sentirmos frágeis e inseguros é certo. Nesses momentos, nós somos os hobbits. Mas tenham a certeza de sua importância! Contem com os Sams de suas vidas! Os pais e amigos, estarão prontos para nos animar a lutar pelo nossos objetivos! Por que: “Porque existe o Bem no mundo, e que vale a pena lutar por ele.”
Outra história importante para pensarmos o evento de hoje é o Hobbit. Esta obra conta a história de outro hobbit, Bilbo Bolseiro, que vive acomodado em sua toca no Condado. Uma manhã ele recebe a visita de Gandalf, o mago e de treze anões, que o convidam para uma aventura. Mesmo a contragosto ele acompanha o mago e o grupo de anões, em busca de um tesouro guardado por um dragão, Smaug, o Magnífico.
No caminho BIlbo vence inimigos, passa por lugares perigosos, ganhando experiência para vencer seu grande adversário, mas ao contrário do que aconteceria em um filme da Disney, vem um cara do nada, e em duas linhas, mata o dragão.
Entre outras coisas o ensinamento que podemos tirar para hoje é: É importante termos objetivos grandiosos, mesmo que pareça impossível alcança-los. Mas mais importante que o objetivo, é trilhar o caminho! O aprendizado da jornada, as pessoas que passam pelo caminho, contribuem para nossa vida.
E já adianto, muitas vezes trilhar o caminho certo é parecer esquisito, estranho. As pessoas acomodadas do Condado, que nunca tinha ousado sair de seu mundinho, passaram a olhar estranho para o Bilbo. Mas, olhem só: agora Bilbo conversava com elfos, anões e magos!
Pensem sempre nisso, com quem vocês querem conviver? Hobbits ou elfos?
Para finalizar vou ler um poema de Vicente de Carvalho, que, mesmo tendo vivido no século XIX, muito antes de Tolkien e de nós, consegue, com o poder dos poetas, sintetizar o que procurei passar a vocês nessa noite:
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa, que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca está onde nós estamos.
Então, está na hora de escrever a própria história e colocar a felicidade onde vocês estão!
E obrigado por seguirem essa parte da jornada comigo!
Que Deus os oriente e os abençoe! Sejam felizes!
Praia Grande, 30 de novembro de 2012.
Anderson Manoel Caleffi
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