Vivemos em um mundo globalizado, onde temos contato com uma variedade de culturas e modos de vida, muitas vezes muito diferentes dos nossos, e onde o encontro com o “outro” é inevitável.
Para entender os conflitos e problemas pelos quais o mundo globalizado atual está passando na relação com o diferente, há um livro muito interessante: A conquista da América: a questão do outro de Tzvetan Todorov (filósofo e linguista búlgaro radicado na França) que trata segundo o próprio “da descoberta que o eu faz do outro.”
Ele faz essa análise levando em conta que todo outro é também um eu, ou seja, somente do ponto de vista de quem olha é que pode-se falar de outro. O outro pode ser visto do ponto de vista abstrato, como alguém diferente de mim, ou como um grupo social do qual não pertencemos.
O interessante é que o referido autor analisa esse problema atual a partir de um fato do passado: a descoberta da América. E isso porque ser este acontecimento “sem dúvida o encontro mais surpreendente de nossa história”, pois antes do encontro dos europeus com os habitante da américa, aqueles não podiam ter certeza do que os encontrava. Tinham algum tipo de informação sobre a àsia e África, mas nada sobre o além mar.
O imaginário europeu era povoado de lendas e estórias mirabolantes sobre o que os encontrava além do oceano Atlântico. Monstros marinhos, dragões, precipícios, seres meio humanos meio animais, eram alguns dos perigos com os quais pensavam que podiam se encontrar. O encontro entre europeus e americanos foi o mais intenso, inesperado e novo de toda a história da humanidade.
É para isso que serve a História: ao olhar para o passado temos uma visão mais completa do presente. Olhando o passado podemos entender como se deu a construção do atual modo de pensar, de ver o mundo, e podemos também perceber que existem outras formas de cultura, outras formas de pensar, tão válidas quanto as outras.
Vivemos numa sociedade plural. Com o mundo globalizado temos cada vez mais contato com o diferente, e diante disso, conhecendo a história, temos a chance de fazermos as escolha corretas, compreendendo o diferente e preservando nossa cultura.
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